Seleção de contos publicados ao longo da carreira de Machado, incluindo textos fundamentais da literatura brasileira. As narrativas tratam de ciúmes, vaidade, ambição, loucura e hipocrisia, com estilo conciso, enredo surpreendente e crítica social sutil.
Coletânea que inclui contos consagrados como “O Enfermeiro” e “A Igreja do Diabo”. Através da ironia, Machado questiona valores morais, religiosos e sociais, criando personagens que oscilam entre a razão e a loucura, o desejo e o arrependimento. Um dos ápices de sua narrativa curta.
Reunião de crônicas, contos e ensaios publicados em jornais. Com estilo maduro, Machado reflete sobre a literatura, a política, a vida cotidiana e o comportamento humano. Um panorama de sua visão crítica e irônica da sociedade brasileira, com textos curtos e observações agudas.
Coletânea póstuma de contos que retratam o cotidiano, os valores tradicionais e os pequenos dramas da vida burguesa. Através de olhares atentos e linguagem elegante, Machado revela os dilemas éticos, as tensões familiares e os jogos de vaidade escondidos sob a rotina carioca.
Reunião de contos com tons fantásticos, psicológicos e sociais. Machado explora traições, obsessões e reviravoltas surpreendentes. O clima noturno e misterioso acentua o desconforto dos personagens diante das convenções e das aparências, prenunciando a virada realista do autor.
Primeira coletânea de contos do autor, reúne histórias marcadas pelo romantismo e pela observação social. Com narrativas envolventes e personagens cotidianos, a obra antecipa temas que seriam aprofundados nos romances posteriores, como o amor, a hipocrisia e a vaidade.
O cientista Simão Bacamarte decide estudar a loucura e funda um hospício em Itaguaí. Aos poucos, começa a internar todos os que considera anormais, gerando caos na cidade. Através do humor e da sátira, Machado questiona a normalidade, o autoritarismo científico e os limites da razão.
O padre Lopes é chamado para investigar se um romance entre dois jovens pode prejudicar uma candidatura ao episcopado. Ao entrar na intimidade da família, ele se depara com conflitos éticos e segredos. Com atmosfera introspectiva, a obra revela tensões entre religião, poder e moralidade.
O romance narra o triângulo amoroso entre Jorge, Iaiá e Estela, ambientado no Rio de Janeiro do século XIX. Com sutileza, Machado explora sentimentos contidos, pressões sociais e a maturidade emocional. A obra marca a transição do autor do romantismo para uma abordagem mais realista e psicológica.
Após a morte de seu pai, a jovem Helena é reconhecida como filha ilegítima e acolhida na família do falecido. Seu passado misterioso e um amor proibido marcam a trama, em que segredos e conflitos sociais são revelados com sensibilidade. Um romance romântico com toques de crítica social.
Primeiro romance de Machado de Assis, conta a história de Félix, um médico cético e desconfiado, e sua relação conturbada com Lívia, uma mulher misteriosa e decidida. A obra já aponta os traços psicológicos e a ironia refinada que marcariam sua produção posterior, num enredo de ciúmes, orgulho e incertezas amorosas.
Último romance de Machado, apresenta a visão madura e melancólica do Conselheiro Aires, que observa com ironia e compaixão os dramas e reconstruções afetivas no Rio de Janeiro pós-abolição. Reflexivo e contido, é um livro sobre memória, amizade, amor tardio e o declínio da aristocracia.
Acompanhamos Rubião, herdeiro de Quincas Borba, filósofo criador do “Humanitismo”, uma doutrina satírica. Rubião muda-se para o Rio, onde é manipulado e enganado por oportunistas. Machado tece uma crítica mordaz à sociedade e à ambição humana, com humor ácido e observações psicológicas agudas.
Esaú e Jacó, de Machado de Assis, é um romance que explora as tensões entre dois irmãos com personalidades opostas e visões de mundo diferentes. Ambientado no fim do Império e início da República, a obra combina crítica social, política e psicológica com a habitual ironia e sutileza do autor. Por meio de uma narrativa envolvente e cheia de nuances, Machado provoca reflexões sobre dualidades, destino e os conflitos da natureza humana.
A Mão e a Luva, de Machado de Assis, é um romance que retrata com sutileza e elegância os jogos sociais, os interesses por trás das relações e a complexidade dos sentimentos humanos. Com sua escrita refinada e olhar crítico, o autor conduz o leitor por uma trama envolvente, marcada por diálogos inteligentes, personagens bem construídos e reflexões sobre escolhas, ambições e aparências. É uma leitura que revela, sem pressa, os contrastes entre desejo e conveniência, mantendo o leitor atento a cada gesto e palavra.
Um pequeno ramo encontra diversos usos ao longo do dia, sendo valorizado por sua simplicidade. A narrativa celebra o olhar infantil sobre a natureza e a capacidade de enxergar beleza no que é aparentemente banal. Um conto sensível e ecológico.
Pequeno conto sobre a importância da delicadeza nas relações humanas. Através de gestos gentis entre amigos e familiares, a autora convida à reflexão sobre o poder do afeto e da empatia. Um tributo à ternura e à convivência harmoniosa.
Com leveza e humor, o texto ensina bons hábitos alimentares e respeito pelos alimentos. A narrativa é simples e eficaz, transmitindo valores de educação e cuidado com o desperdício de forma lúdica, ideal para o público infantil em idade escolar.
Praxedes é um leão diferente: em vez de rugir, prefere contemplar o jardim e recitar poesia. O conto quebra estereótipos e valoriza o intelecto e a paz. Uma história divertida e educativa sobre aceitação, respeito à diferença e sensibilidade.
Em tom de brincadeira e surpresa, o narrador descreve cenas absurdas e engraçadas com a frase “eu que vi”. A obra estimula a imaginação e o gosto pela contação de histórias, com repetição rítmica que diverte e envolve o pequeno leitor.
Amanda embarca numa incrível jornada pelo corpo humano com a ajuda de nanorrobôs. A história mistura ficção científica e educação, introduzindo conceitos de saúde e biologia de forma divertida e acessível.
O narrador se vê em apuros para decidir se deve ou não contar um segredo muito curioso. O conto aborda a ética infantil de forma leve e interativa, convidando o leitor a refletir sobre confiança e responsabilidade.
Uma bruxa decide criar a poção perfeita, mas algo dá errado. A história é divertida e rítmica, cheia de imaginação e elementos tradicionais da literatura fantástica, com uma moral simpática sobre erros e recomeços.
Contos curtos com finais abertos ou inesperados que provocam a imaginação das crianças. A proposta é estimular a criatividade e a interpretação pessoal das histórias, numa linguagem rica e provocativa.
Coletânea de contos infantis adaptados de fábulas e tradições populares europeias, como “Chapeuzinho Vermelho” e “O Gato de Botas”. Com linguagem acessível e tom moralizante, a obra encantou gerações e se tornou um clássico da literatura infantil brasileira, preservando o papel da oralidade e da fantasia na formação das crianças.
Compilação de rimas tradicionais, trava-línguas e cantigas infantis do folclore lusófono. Ideal para a memorização e musicalidade da linguagem, a obra resgata a cultura oral em tom lúdico e educativo.
Versão acessível da história portuguesa, contada com leveza e bom humor. Voltada para o público infantil, a obra simplifica os eventos e personagens históricos com toques de fantasia e patriotismo.
Continuação das aventuras da simpática Dona Redonda e seus amigos. A obra mantém o tom lúdico e afetivo, ampliando o universo da personagem com novas situações familiares e engraçadas. Ideal para leitores iniciantes e mediação em sala de aula.
Dona Redonda é uma personagem curiosa, cheia de histórias e reflexões sobre o mundo à sua volta. Com lirismo e humor, o livro retrata situações cotidianas de forma encantadora e crítica.
Nesta divertida fábula em estilo de literatura de cordel, um bode e uma raposa decidem se casar, mas suas diferenças geram confusões hilárias. A história transmite valores sobre convivência, respeito às diferenças e astúcia, com ritmo rimado e toque popular nordestino.
Uma pequena rã tenta inchar para se igualar ao tamanho de um boi, até estourar. O conto alerta contra a vaidade e a tentativa de ser o que não se é. Com humor e clareza, Esopo oferece uma lição atemporal sobre aceitação e limites pessoais.
O vento e o sol disputam quem consegue tirar o manto de um viajante. Enquanto o vento falha com sua força, o sol triunfa com seu calor gentil. A fábula ensina que a suavidade e a gentileza são mais eficazes que a força bruta. Simples e universal, encanta leitores de todas as idades.
Fábula clássica em que um urso, ao tentar se vingar de uma única abelha, acaba atacado por um enxame. A história ensina que o excesso de raiva pode trazer consequências desproporcionais. Com simplicidade e sabedoria, Esopo transmite valores morais universais.
Dona Benta narra o mito grego do Minotauro às crianças do sítio, adaptando a lenda com leveza e humor. A história combina ensinamento cultural e aventura, introduzindo o mundo clássico ao leitor infantil de forma envolvente.
Jeca, um caboclo preguiçoso e adoentado, transforma-se com acesso à higiene, saúde e educação. Criado para campanhas de saúde pública, o conto combina ficção e pedagogia, tornando-se símbolo da conscientização sanitária brasileira.
Tia Nastácia narra contos populares, lendas africanas e fábulas que ouviu em sua infância. Com forte presença da tradição oral afro-brasileira, a obra resgata memórias, mitos e ensinamentos, reforçando a riqueza da cultura popular.
Tião, o galo mandão, vive em pé de guerra com a vaca Malhada até que uma situação inesperada os faz cooperar. A fábula reforça o valor da amizade e do respeito mútuo, com narrativa divertida e final cativante.
Uma borboleta viaja pelo campo encantando tudo ao seu redor com suas cores e leveza. A história aborda liberdade, beleza e transformação, com linguagem poética e apelo visual que encanta leitores iniciantes.
Neste universo mágico, as letras ganham vida e ensinam como se organizam para formar palavras. Com foco na alfabetização inicial, o livro transforma o aprendizado da linguagem em uma experiência encantadora e interativa.
Um peixinho esperto e um gato brincalhão desafiam os limites da amizade improvável. A história transmite valores como respeito, convivência e empatia, com ilustrações delicadas e linguagem simples e afetuosa.
Rói-Rói é um ratinho curioso que adora roer tudo o que vê. Em uma de suas aventuras, aprende importantes lições sobre limites e responsabilidade. Com texto rítmico e ilustrações vívidas, o livro é ideal para leitores em fase de alfabetização.
Quando um anel precioso desaparece, começa uma investigação liderada por crianças e animais. A narrativa mistura mistério, humor e trabalho em equipe, incentivando a lógica e a imaginação dos pequenos leitores.
Conto fantástico que narra a descoberta de um mundo subterrâneo sob o Rio de Janeiro. Misturando realidade e imaginação, Lima Barreto constrói uma alegoria crítica da sociedade carioca, marcada por desigualdades, mistérios e hipocrisia.
Coletânea de contos que mesclam crítica social e elementos oníricos, abordando temas como injustiça, racismo e desigualdade. Com estilo direto e sensível, Lima Barreto dá voz aos marginalizados e expõe as contradições da sociedade brasileira.
Publicado postumamente, o romance inacabado é um relato ficcional autobiográfico da internação do autor em um hospício. A obra denuncia os abusos sofridos por pacientes psiquiátricos e o preconceito contra os que sofrem de transtornos mentais. Com tom confessional e crítica social aguda, Lima Barreto expõe o sofrimento humano diante da exclusão e da intolerância.
Conto que narra a chegada de um alquimista a uma cidade do interior com a promessa de transformar ossos em ouro. A população, dominada pela ganância, mergulha no caos moral. Com ironia mordaz, Lima Barreto critica a cobiça e a degradação ética provocada pela ambição desenfreada.
Conto satírico que narra a história de Castelo, um malandro que finge saber javanês para obter vantagens sociais e políticas. Através do humor e da ironia, Lima Barreto critica a valorização das aparências, o oportunismo e a superficialidade das elites intelectuais brasileiras. Uma farsa inteligente sobre engano, vaidade e poder.
Coletânea de crônicas satíricas que descrevem um país fictício, a Bruzundanga, metáfora mordaz do Brasil. Por meio do humor e da ironia, Lima Barreto critica o clientelismo, a corrupção, a ignorância das elites e as mazelas políticas da República Velha. Uma obra incisiva que expõe os vícios de uma nação em tom farsesco e provocador.
Publicado postumamente, o romance narra a história de Clara, jovem negra da periferia do Rio de Janeiro, seduzida e abandonada por um malandro branco da classe média. Com forte crítica social, Lima Barreto denuncia o racismo, o machismo e a hipocrisia da sociedade carioca do início do século XX. Uma obra marcada pelo realismo e pela empatia com os marginalizados.
Triste Fim de Policarpo Quaresma narra a trajetória de um patriota idealista que acredita profundamente no potencial do Brasil. Funcionário público e defensor de ideias nacionalistas excêntricas — como a adoção do tupi como língua oficial — Quaresma enfrenta o desprezo da sociedade e o fracasso de suas utopias. A obra faz uma crítica ácida ao militarismo, ao burocratismo e à hipocrisia social da Primeira República, culminando em um desfecho trágico e simbólico do embate entre idealismo e realidade.
O amor entre Iracema, indígena virgem e guerreira, e Martim, colonizador português, simboliza o nascimento do povo brasileiro. Com estilo poético e linguagem arcaica, o romance indianista exalta o heroísmo, a pureza nativa e a fusão das raças como origem nacional.
Aurélia, jovem rica e bela, compra o casamento com Fernando, que antes a rejeitara. O romance gira em torno de amor, orgulho e vingança, explorando os jogos sociais da elite carioca. Obra marcante do romantismo, com crítica à posição da mulher e ao poder do dinheiro.
Paulo conhece Lúcia, cortesã do Rio de Janeiro, e se apaixona por ela. O passado da mulher, no entanto, é um obstáculo à sua redenção. O romance analisa os conflitos entre desejo, moralidade e perdão, sob o olhar crítico da sociedade patriarcal. Uma das mais fortes heroínas de Alencar.
Berta, apelidada de Til, é uma jovem sensível e altruísta que vive entre personagens rústicos do interior paulista. O romance apresenta a vida rural e temas como amizade, loucura e generosidade, destacando-se por sua delicadeza lírica e olhar humanista.
Narrativa de aventura que une o amor proibido entre o índio Peri e a jovem Ceci, filha de um fidalgo português. Ambientado no século XVII, o romance funde idealização romântica com identidade nacional, criando um herói indígena emblemático. É o marco inaugural do indianismo literário.
Amaro, vaqueiro valente e honrado, se destaca na paisagem agreste do sertão. O romance regionalista explora os valores da coragem, lealdade e justiça, ao mesmo tempo em que descreve com riqueza de detalhes o modo de vida nordestino. Síntese do nacionalismo literário de Alencar.
Um encontro fortuito no ônibus desencadeia uma história de amor romântica e cheia de mistérios. Em apenas cinco minutos, nasce uma paixão idealizada, que se desenrola com reviravoltas típicas do romantismo. Narrativa curta e envolvente que encantou gerações de leitores.
Jovem prestes a se casar simula a própria morte para evitar a ruína financeira da esposa. Anos depois, retorna rico e arrependido. O romance trata do amor redentor e da idealização feminina, em uma trama emocional e moralizante, com os exageros sentimentais do romantismo.
Prosseguindo seu projeto indianista, Alencar cria uma narrativa épica sobre a formação do guerreiro Ubirajara. Com linguagem elevada e tom mítico, exalta a bravura, a honra e a organização social indígena. Uma tentativa de construir uma mitologia nacional genuinamente brasileira.
Augusto, estudante carioca, jura nunca se apaixonar até conhecer a enigmática Carolina. Ambientado no Rio de Janeiro imperial, o romance funde leveza, costumes da juventude burguesa e um enredo sentimental com final surpreendente. É considerado o primeiro romance romântico brasileiro.
Através do olhar de uma idosa, o romance revisita paixões e desilusões da juventude, explorando a passagem do tempo e os conflitos sociais do século XIX. Macedo constrói uma narrativa sensível e melancólica, com crítica à superficialidade dos valores da elite.
Narrativa que retrata o cotidiano, os tipos urbanos e a evolução do Rio de Janeiro pela ótica de uma das ruas mais emblemáticas da cidade. Entre crônica e ficção, Macedo constrói uma galeria de personagens e situações que refletem os costumes e transformações do Brasil oitocentista.
Romance que traça o perfil de mulheres da sociedade carioca sob o simbolismo da mantilha, véu usado como adorno e disfarce. A obra mistura crítica social, descrição de hábitos femininos e idealização amorosa, característicos do romantismo urbano brasileiro.
Simplício, míope, adquire uma luneta mágica que lhe permite ver ou apenas o bem ou apenas o mal nas pessoas. A obra é uma alegoria filosófica e moral sobre a percepção da realidade e os perigos do julgamento extremo. Uma fábula romântica com fundo reflexivo.
Romance naturalista que expõe a vida miserável dos moradores de um cortiço no Rio de Janeiro. A narrativa revela como o ambiente influencia o comportamento humano, abordando temas como racismo, sexualidade, ambição e miséria. Um retrato cru e impiedoso da sociedade urbana.
Amaro muda-se para o Rio de Janeiro e se hospeda em uma pensão onde é vítima de intrigas e falsas acusações. O romance naturalista expõe a decadência moral da sociedade urbana e a vulnerabilidade do indivíduo diante de um ambiente corrompido. Duro, realista e crítico.
Coletânea de histórias curtas que exploram amores intensos, ciúmes, traições e paixões idealizadas. A obra transita entre o romantismo e o realismo, revelando o interesse do autor pela complexidade das relações humanas e pela observação dos costumes sociais.
Romance pioneiro do naturalismo no Brasil, narra a tragédia de Raimundo, jovem mulato vítima do racismo e da hipocrisia social em São Luís do Maranhão. Com crítica feroz ao preconceito e à Igreja, Aluísio denuncia o atraso moral das elites brasileiras.
Romance rural que retrata a vida numa aldeia portuguesa, centrado nas irmãs Margarida e Clara, educadas pelo bondoso reitor da paróquia. Com tom romântico e moralizante, a obra aborda conflitos amorosos, valores familiares e o contraste entre tradição e modernidade. Um dos marcos da literatura portuguesa do século XIX, com linguagem simples e encantadora.
Leonardo, filho de gente simples, vive no Rio de Janeiro do início do século XIX. O romance, escrito em tom bem-humorado, retrata a malandragem, o cotidiano urbano e as figuras populares da época. É um dos primeiros romances a romper com o heroísmo romântico.
Sérgio, um menino de 11 anos, ingressa no colégio Ateneu, onde descobre um mundo de hipocrisia, competição e vaidade. O romance é uma crítica feroz às instituições educacionais da elite e à sociedade brasileira do século XIX, com linguagem refinada e tom memorialista.
Uma governanta alemã é contratada para iniciar o jovem Carlos nas artes do amor. Narrado por um observador oculto, o romance explora a educação sentimental e as repressões da burguesia paulistana, com linguagem inovadora e estrutura narrativa ousada para a época.
O herói sem nenhum caráter atravessa florestas, cidades e lendas brasileiras em busca de uma muiraquitã roubada. Misturando oralidade, mitologia indígena, crítica social e humor, Mário de Andrade cria uma das obras mais inventivas e simbólicas do modernismo brasileiro.
No sertão do Mato Grosso, a jovem Inocência vive sob rígido controle do pai, até conhecer um médico viajante por quem se apaixona. Inspirado em Romeo e Julieta, o romance retrata o ambiente rural brasileiro com lirismo e realismo, e critica a opressão patriarcal.
Coletânea de crônicas curtas e reflexões cotidianas que exploram temas como política, amizade, vaidade e espiritualidade. Com estilo direto e humanista, Humberto de Campos faz observações sobre a vida e os costumes de sua época, misturando lirismo e crítica sutil.
É um compilado de textos reunidos após a morte do autor, que abordam temas como natureza, civilização, progresso e cultura brasileira. Com linguagem densa e visão crítica, revela o pensamento político e humanista de Euclides, e complementa sua obra-prima “Os Sertões”.
Obra monumental que mistura jornalismo, ciência, sociologia e literatura. Narra a Guerra de Canudos, com análise do sertão nordestino, do povo e da campanha militar. Um dos pilares da literatura brasileira, é também uma denúncia da exclusão e da violência institucional.
Dois imigrantes alemães chegam ao Brasil em busca de uma terra prometida. A narrativa explora os conflitos entre idealismo e pragmatismo, entre culturas diferentes, e questiona a identidade nacional. Um marco do pré-modernismo, com estilo reflexivo e lírico.
Romance regionalista que narra a história de amor e redenção de um padre convertido em ermitão. Com cenários naturais e personagens marcantes, a narrativa valoriza a paisagem mineira e explora dilemas morais e espirituais, mesclando religião e sentimentalismo.
Eugênio é forçado a seguir a carreira religiosa contra sua vontade e seu amor por Margarida. A obra denuncia o autoritarismo familiar e o celibato imposto, com tons trágicos e emocionais. Uma crítica à rigidez dos costumes e à repressão dos sentimentos naturais.
Isaura, moça branca e escravizada, luta por sua liberdade e dignidade em meio a abusos e interesses amorosos. O romance mistura sentimentalismo com crítica ao sistema escravocrata, antecipando o debate abolicionista e conquistando enorme popularidade no século XIX.
Romance histórico e psicológico que retrata as angústias existenciais de um escritor português em conflito com sua fé, amor e dever literário. A obra marca a transição entre o romantismo e o realismo, com análise profunda da alma humana e da sociedade do século XIX.
Fusão de viagem, autobiografia e crítica social, o livro acompanha a jornada do autor por Portugal enquanto reflete sobre política, literatura e identidade nacional. Com estilo lírico e reflexivo, é uma das obras mais inovadoras e representativas do romantismo português.
Simão e Teresa vivem um amor impossível, barrado pela rivalidade entre suas famílias. Com atmosfera trágica e intensa carga emocional, o romance é um dos maiores expoentes do romantismo português, refletindo o sacrifício e a paixão absoluta como forças redentoras.
Reunião de contos narrados por jovens boêmios em uma taverna, recheados de morbidez, violência, erotismo e niilismo. Uma das obras mais radicais do romantismo brasileiro, retrata o mal-do-século com personagens decadentes e estilo gótico, sombrio e transgressor.
Ambientado no sertão nordestino, narra a vida de um cangaceiro sanguinário e a tentativa de regeneração por influência paterna. O romance explora o regionalismo e os conflitos entre civilização e barbárie. É uma resposta crítica ao romantismo idealizado de José de Alencar.
Romance passional em que um amor impossível conduz os personagens à loucura e à morte. Com forte influência do romantismo gótico, o livro explora sentimentos extremos, culpa e fatalidade. Destaque para o lirismo e o clima de tragédia sentimental.
Um homem tenta desvendar o mistério de uma mulher enigmática, apenas para descobrir que não havia segredo algum. O conto, curto e sofisticado, reflete sobre as aparências, a obsessão masculina e a ironia da verdade. Um exercício elegante de inteligência e estilo.
Gregor Samsa acorda transformado em um inseto gigante e passa a ser rejeitado por sua família. A narrativa absurda reflete a angústia da existência moderna, a alienação e a perda de identidade. Obra-chave do século XX, carregada de simbolismo e desespero silencioso.
Formosanta, filha do rei da Babilônia, embarca em uma jornada mítica em busca de amor e sabedoria. Misturando elementos orientais e alegorias filosóficas, Voltaire constrói uma sátira sobre poder, intolerância e virtudes humanas, com leveza e espírito iluminista.
Lemuel Gulliver visita terras fantásticas que satirizam os vícios da sociedade inglesa. Liliput, Brobdingnag e outros reinos revelam, em chave fabulosa, a pequenez moral da humanidade. Uma crítica feroz e criativa à política, à vaidade e à razão iluminista.
Sem saber, Édipo mata seu pai e casa-se com sua mãe, cumprindo a profecia que tentava evitar. Quando descobre a verdade, cega-se em desespero. Tragédia essencial do teatro grego, aborda destino, culpa e autoconhecimento, com força dramática e linguagem poética.
Padre Amaro se envolve com Amélia, jovem piedosa, e a engravida. A tragédia que se segue expõe os abusos do clero e o poder da Igreja sobre a sociedade. O romance escandalizou o século XIX e é uma crítica feroz ao fanatismo e à falsa moral religiosa.
Teodoro recebe a chance de enriquecer matando, à distância, um mandarim chinês. Após o crime, é consumido pelo remorso. Um conto filosófico que questiona o desejo, a culpa e as contradições da moral humana. Mistura realismo com elementos fantásticos e satíricos.
Gonçalo Ramires tenta honrar a tradição heroica de sua família, mas é incapaz de corresponder a esse ideal. O romance alterna ficção histórica e narrativa contemporânea, revelando a falência moral da nobreza portuguesa. Um retrato melancólico da decadência social.
Luísa, dona de casa da burguesia lisboeta, vive um caso com seu primo Basílio. A empregada, ao descobrir, chantageia-a cruelmente. A narrativa realista denuncia o tédio, a hipocrisia e a decadência da classe média portuguesa, com precisão psicológica e crítica social.
Dom Casmurro, de Machado de Assis, é um dos maiores clássicos da literatura brasileira. Narrado em primeira pessoa, o livro apresenta a história de um homem que revisita seu passado em busca de compreender os caminhos que o levaram à solidão. Com uma escrita elegante, introspectiva e marcada por ironia sutil, a obra convida o leitor a refletir sobre memória, amor, ciúmes e as incertezas da verdade. É uma leitura envolvente que instiga a dúvida e deixa espaço para múltiplas interpretações.
Rita consulta uma cartomante para decidir se deve continuar seu caso extraconjugal com Camilo, amigo de seu marido. Um conto emblemático da literatura brasileira, que expõe a ironia do destino e os enganos do amor. Curto, direto e surpreendente, é um clássico absoluto do conto machadiano.
Narrado por um defunto autor, este romance inovador rompe com as convenções do século XIX ao apresentar uma narrativa irônica, filosófica e cética sobre a sociedade brasileira. Brás Cubas revisita sua vida com frieza e humor mordaz, revelando vaidades, hipocrisias e contradições da elite carioca. Um marco do realismo no Brasil.